sexta-feira, 30 de julho de 2010

Manual de instruções do gajedo – parte 2

*à conta do último post lembrei-me deste, já anteriormente publicado.




Gaja que é gaja sente sempre necessidade de encerrar as coisas na sua vida. Temos armários e, dentro dos armários, gavetas e, ainda, dentro das gavetas, caixinhas. Tendemos a organizar os pensamentos, situações, pessoas, relações, como se de um guarda-fatos se tratasse, como um perfeito walking closet.

E isto significa que, se existir alguma situação incompreendida, ela irá necessariamente gerar caos e pronto, fica tudo desarrumado e gaja que é gaja não consegue lidar com o caos de forma comedida.

Depois os meninos queixam-se, esperneiam e maldizem um pseudo criador.

Se dizem que é tudo lindo, admirável e no dia seguinte desaparecem a gaja vai pensar em todas as hipóteses, incluído mortes com requintes de malvadez e abduções nocturnas (que incluem cópula forçada com seres esguios com três dedos em cada mão e um olho no meio da testa), mas nunca a hipótese provável de que não querem, porque não querem, falar com elas. É mais fácil uma gaja achar que vocês perderam o telemóvel a achar que não lhe querem falar. Aliás, até é mais fácil começar a ligar para todos os hospitais e morgues do que se ficar pela teoria, acertada, de que, muito simplesmente, foram parar a outra freguesia.

Por isso mintam se necessário for, e se sentirem necessidade de imprimir alguma misericórdia ao acto, teorizem para além das vossas forças, aldrabem ou confessem-se, mesmo que faça dói dói. Mas nunca, por nunca, fujam ou deixem em aberto situações sob pena de receberem uma visita de uma qualquer Glenn Close, a menos que gostem de pratos de coelho.



Sejam cruéis, mas expliquem-se. Não nos tentem imitar com tiradas duais e pensamentos profundos onde cabe tudo e mais alguma coisa. Mentalizem-se…Gaja que é gaja não descansa enquanto não entender o que se passou, e de caminho irá infernizar-vos a existência.

Mas mais, peço-vos que o façam também por um pequeno motivo...porque me ajudam a não ter que dizer coisas medonhas a quem se encontra em construção de teses e a quem se pergunta coisas tão espatafúrduas como " o que é que ele quis dizer com o "desaparece!"...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Manual de instruções do gajedo – parte 1



Ontem num jantar com um amigo voltou a falar-se de sinais (esta conversa até vem sendo recorrente) e de como as gajas deveriam socorrer-se dos mesmos para deixarem de fazer figuras menos próprias das senhoras que devem ser… pelo menos à mesa…
Isto porque de acordo com os meus amigos (homens) tudo se resume a entender sinais que supostamente vão deixando cair e que, alegam, substituem as palavras e as conversas incómodas (já as gajas diriam: grow a pair and speak up). WTF?
Então vocês fartam-se de gozar que as moças nem os sinais de trânsito entendem e estão à espera que elas compreendam coisas voláteis e dissipáveis como esgares, trejeitos, meias palavras e silêncios? Está tudo parvo?
Isto ou é um hexágonozinho vermelho a dizer STOP ou nada feito! E ainda assim é esperar – e rezar se o souberem fazer – que a gaja não entenda que a estão a mandar parar ali para o resto da vida!
Atentem no que vos digo, gaja que é gaja (existem honrosas excepções) não entende remoques, insinuações ou indirectas…



INCLUDING ME...



Mas, ainda assim, a pedido de muitas famílias (vá, não foram muitas e nem foram famílias, nem sequer monoparentais…), uns porque acham que escrever me faz bem (enquanto por cá ando não chateio ninguém) e outros porque seguramente me pretendem bajular de alguma forma (e eu sou gaja para me deixar seduzir por qualquer adulação), resolvi reformular o blog e voltar a escrever umas epístolasinhas.
Continuo sem saber que rumo dar às coisas e continuo sem saber falar de roupa e de malas (embora seja suficiente falar em Manolos e Fendis para que meio universo feminino delire).
Seguramente será uma coisa centrada no universo da gaja (eu!) que é assim algo que interessa a uma multidão de 2 ou 3 pessoas.